quinta-feira, 31 de maio de 2007

Vamos ao circo...

...em casa. Parecia que já nada me faria surpreender as façanhas dos meus filhos, mas, de facto, a sua imaginação é inesgotável.
Desta vez foi a L. que, desenvolvendo a sua arte de contorcionismo, malabarismo, equilibrismo e outros ismos que só acabam em tombos (agora já não rimou!), resolveu pendurar-se no...candeeiro...do TECTO da sala, qual Jane na liana do seu Tarzan. Apesar de baixinha (ou não tivesse a quem sair!) e levesinha (o G., que é 3 anos mais novo, está a 2 Kg de lhe igualar o peso), conseguiu suspender-se no dito objecto, normalmente destinado a iluminar a sala, e estatelar-se no sofá com a ameaça de levar com 6 lâmpadas e respectivos abajours na cabeça. O sofá, que antes utilizou como escada, serviu-lhe depois como amortecedor da queda. Ficou então o candeeiro preso ao tecto pelos fios eléctricos e na eminência de abrir mais uma fenda na cabeça da menina. Valeu a acção rápida da avó, que imediatamente subiu a uma escada, daquelas normais, para desligar os fios e retirar o candeeiro do sítio onde ele se encontra já há 20 anos. Pode-se dizer que esteve "por um fio" uma nova ida ao pediatra e um novo corte e costura na mesma cabeça sem juízo. E eu ainda digo que a L. é a mais sossegada...
A verdade é que esta menina tem realmente tendência para o abismo, não há objecto que ela não tropece, não há sofá que ela não escale, de cabeça para cima ou de cabeça para baixo e até a jantar ela se senta em pelo menos 25 posições. Nem me atrevo a tentar descrevê-las. Já todos lhe chamamos "macaquinha" tantas são as suas habilidades e contorções nos mais estranhos espaços e objectos.
Com uma grande "cara de pau", hoje de manhã, após uma breve dissertação sobre os tipos de fruta que ela aprecia, ela conclui dizendo:
- Sabes mãe, eu acho que a fruta que devia comer sempre é a banana!
- Porquê?-pergunto.
- Então eu não sou uma macaquinha???
(...)
Resta-me a esperança de pensar que, se a catraia não brilhar no ballet, sempre pode tentar o mundo do circo...!

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Conversas...

A caminho da escola, depois de o G. puxar o cabelo da L., "mesmo no sítio dos pontos, mãe", de a L. ter "ferrado" o G. com os dedos no braço dele e de o J. ter aviado uma galheta à L. para defender o "pobre" do G., que ainda é pequenino para a irmã lhe bater.... seguiram-se 15 m de silêncio, imposto pela mãe, como castigo para eles, e prémio para a mãe por ter sobrevivido a mais esta batalha campal. Só falta dizer que tudo se passou enquanto fui fechar o portão da garagem...
Dizia eu, conversas...
Entregue o primeiro passageiro, e terminado o período de silêncio obrigatório, a conversa entre a L. e o J.:
- Quando for adulto vou ser sócio do meu amigo L. numa fábrica de construção de carros! Ele é o único que é meu amigo e por isso nós vamos trabalhar juntos!
- Mas ó J., primeiro tens que casar.
- Porquê L.?
- Porque tens que ter uma família!
............................(silêncio)............................
Resolvo meter o bedelho:
- Então porque é que é preciso ter uma família?
- Para sermos felizes!- diz a L.
- Para termos companhia! - diz o J. ao mesmo tempo que a L.
- Hum, hum!- digo eu.
Continua o J.: A H. ainda não sabe se vai casar comigo, ainda não decidiu com qual dos 3 é que vai ficar. Acho que tenho algumas hipóteses, porque ela fez-me aqueles olhinhos...de amor.
E continuou a conversa da fábrica da construção de carros até chegarmos à escola e das várias profissões que iria ter e das corridas que iria fazer.
Fiquei com a sensação que por baixo daqueles devaneios animalescos dos meus filhos, há qualquer coisa de humano, de afectuoso, de ternurento, de amoroso até... Afinal sabem que ter família faz parte da vida de todos e não é uma "pastilha" que eles têm que "gramar". Mais ainda, é bom, porque nos faz companhia!
Tenho renovada a esperança que vou fazer deles uns homenzinhos....

terça-feira, 29 de maio de 2007

O regresso

Chegamos, finalmente! Ou devo antes dizer, oh, já chegamos!
Não sei bem qual a sensação que tenho tantas eram as saudades e tanto era o cansaço que não foi integralmente aliviado...
Claro que estou a escrever no dia seguinte ao do regresso, porque ontem, desde que cheguei, apenas parei para respirar, e só de vez em quando...
Não me sairá nunca da memória o brilho dos olhos dos meninos quando nos viram, o calor do abraço que nos deram, a doçura dos seus beijos e o interesse, claro está, com que olharam para o saco dos presentes...
Estávamos felizes por nos encontrarmos todos no nosso espaço, em família alargada, se assim ainda se pode dizer, tantas são as vezes que nos "apranchamos" aos cuidados da minha mãe.
Eles não nos perdoaram um comentário de alegria pelos dias que tivemos, fazendo-nos recordar a toda a hora que foram dias a mais, que os pais não deixam os filhos assim tanto tempo e questionando eternamente a razão porque eles não puderam ir. E depois vêm as tentativas de destruir a nossa consciência, dizendo que eles só não foram porque são umas pestes, e que se portam muito mal, e que não dão sossego aos pais ....... e nós cheios de vontade de os abraçar para compensar o tempo passado, mas a pensar como eles até estavam a falar verdade.
Ficou de resto a promessa que lá iremos voltar, todos, muitos, e desfrutar de todo o conforto que os pais foram descobrir para os meninos. Com esta eles calaram-se! Corrijo, calaram-se com o assunto, porque até às 23h aquelas bocas não se fecharam!!!
Já estávamos à espera desta reacção, fizeram todas as birras a que tinham direito, apertaram-se e ferraram-se o mais que puderam, sabendo nós que só queriam chamar a atenção e mostrar que não acharam piada nenhuma a esta nossa lua de mel despropositada. E têm todo o direito! É assim que os educamos, não podíamos esperar outra coisa e eu adoro-os por isso! Resta-nos zangar, ralhar e perdoar, pois é para isso que servem os pais!
P.S.: Só faltou dizer que a L. nos brindou com um sinistro logo pela manhã, estávamos nós a acabar de aterrar em Lx, quando soubemos que abriu a cabeça na tentativa de resgatar um "tazo" que lhe tinha sido "gamado" pelo colega da escola. Ela, que é mulher de "pelo na venta", atacou-o directamente, enfaixando-se na esquina de uma coluna que, lamentavelmente numa escola do 1º ciclo, não estava devidamente protegida....
Resta a eficácia da avó, a competência do pediatra e a farta juba da L. que lhe vai cobrir mais esta marca da sua...agitação!

quinta-feira, 24 de maio de 2007

De ferias

Estou a escrever num teclado azert a tentar acabar um post dentro do limite de tempo que o cartão comporta. Não esta a correr muito bem, porque o teclado esta em ÁRABE. Chegamos hoje do deserto, completamente estafados, mas o R. lembrou-se de virmos à net e eu achei muito bem. Aprendemos a dizer ola e adeus, desculpa e obrigado, tudo em árabe, que eu me recuso aqui a escrever fonologicamente, porque não quero que ninguém se ria de mim... Estamos a adorar estas ferias so nossas, de poucos e tão exóticas, como um pais árabe podia proporcionar. Andamos de dromedario, que dava dois de mim e de jipe, que deu cabo da minha coluna, tantas foram as dunas que aquele infeliz percorreu...
Admito que morro de saudades dos meus muitos, mas esta pausa esta a ser mesmo vital para a nossa saúde física e mental.
(Estamos a 10 m a tentar corrigir os erros e nao esta a correr bem....)
Bis lama (ou la como se diz)

domingo, 20 de maio de 2007

Enfim, férias!

Vou de férias, ou melhor, vamos de férias, nós, os poucos, os que estamos em minoria em casa!
Passados 10 anos desde que casamos, eu e o R. vamos viajar para aqui, renovar forças e recuperar energias e voltar cheios de saudades dos muitos que ficam. É claro que vai custar sair, é claro que vão fazer falta os gritos, os sustos, a confusão à mesa, as refeições à vez, os saltos para a água e as brincadeiras na praia. Acho que nem vamos saber estar deitados na areia, de tal forma estamos desabituados disso. Mas a verdade é que vai saber muito bem, vai fazer ainda melhor e nós e eles merecemos esta oportunidade.
Tranquiliza-nos deixá-los com os meus pais, que são mais do que avós para eles e mantêm o seu dia-a-dia praticamente inalterado. Praticamente, dizia, porque ai deles que não sintam saudades....
Tenho andado a prepará-los aos poucos para a saída e quando, há dias, se aperceberam que o "vamos de férias" não os incluía, e numa fase pré-choro, pré-reclamação, pré-reivindicação (que nós é que somos uns desgraçados, que temos que ir para a escola enquanto vocês estão de férias, etc e etc...), um deles se lembra que férias dos outros é igual a presente para eles, então pergunta: "e vão-nos trazer um presente?". "Claro", respondo. "Então podem ser dois jogos para o Game boy, porque da outra vez quando vocês foram sozinhos no fim de semana compraram 1 jogo, e foram só 2 dias, Agora, que é uma semana, têm que nos comprar pelo menos 2". Uns vendidos estes meus filhos!
Devem-se interrogar como é que esta mãe de muitos consegue ir de férias ou de fim de semana com esta facilidade?! Pois ninguém tem uma mãe como a minha, que me diz de modo preocupado "Vocês ainda não foram ao cinema esta semana! Marquem lá o dia!".
Esqueçam, não a empresto a ninguém!

sábado, 19 de maio de 2007

pequenos jornalistas

Os meus filhos mais velhos chegaram ontem a casa com uma edição do jornal da sua escola, ou melhor, 3 edições cada um, cujo custo terá que ser suportado pelo orçamento familiar... Até eles já só fazem contas de multiplicar por 3!
Estavam tão felizes por ver os seus escritos num papel que tanta gente podia ler (mesmo que 6 exemplares estejam cá em casa)! De facto é um consolo ver a nossa letra impressa...

Puxando a brasa para a minha sardinha, vou-me dar ao direito de publicar a sua participação neste projecto escolar:


Ser mãe é "uma grande responsabilidade porque é preciso cuidar dos filhos". J.


Se eu fosse muito alto "podia-me sentar em cima de uma nuvem e tocar o céu". L.


O J. até deixou a sua marca na capa do jornal, quem sabe não virá por aí um arquitecto, ou um designer (já desisti de viver à custa dele fazendo dele um jogador de futebol!!)


sexta-feira, 18 de maio de 2007

Óculos

Ontem à noite, ainda no banho expresso e em trânsito para o sono:
- L., usaste os óculos hoje?
- Xiiii, "desqueci-me" (começo a achar que esta falha de linguagem da L. já traz a intenção de se desculpar do seu esquecimento... Quem sabe não surgirá no léxico da língua portuguesa uma nova palavra?!).
- Mas foi só hoje que te esqueceste, não foi?-pergunto.
- Não, não, já me "desqueço" há muitos dias.
- Mas não pode ser L., os óculos fazem-te falta.- replico.
- Para quê?- questiona inconformada.
- Para veres melhor!- respondo ainda com calma.
- Mas eu vejo bem! Olha! Vês?! Vejo-te bem!- já engrossando a voz.
- Mas tem que ser, filha. - Eu, já quase sem argumentos.
- Porquê??? - desatina ela.
- Porque o Sr. Dr. disse que tu precisavas...- Já sem mais argumentos e com vontade de acabar ali a conversa e ela, com a sua resposta, ajudou:
- Oh!

Para lá das 22h, eu achei que falar de estigmatismo e outros "ismos" não ia incrementar aquele diálogo.
Não há nada que um beijinho de boa noite não resolva! Chuac!

Para quem estava sem óculos, o desenho não saiu nada mal....

quinta-feira, 17 de maio de 2007

(des)igualdades

Andamos nós, mães e pais do século XXI a tentar educar crianças com personalidade própria, com convicções, determinadas, exigentes perante o que o mundo lhe oferece e, sobretudo, originais, e elas, teimosamente, querem manter-se estereotipadas, clonadas, fotocopiadas umas das outras...
Se o amigo não sei quantos tem uma nintendo assim assim, eu também quero, porque tenho a mesma idade que ele e sei jogar perfeitamente; se depois o mesmo amigo compra um outro aparelhómetro XPTO, eu também quero, porquê?...porque sim.
E ainda dizem que as crianças, pobres vítimas, ouvem um número astronómico de "nãos" até aos 3 anos. Pudera, se não querem ouvir não, então não peçam tantas vezes a mesma coisa....
Se isto é assim entre amigos, imagine-se entre irmãos.
Há uns dias atrás uma amiga mostrou-me umas caixas muito bonitas pintadas à mão por uma familiar sua. Eu, como também sou artesã e dou imenso valor a este tipo trabalho, que traz consigo "sangue, suor e lágrimas" (exagerei???), resolvi comprar um dos exemplares que, por ser cor de rosa e com motivos femininos, destinei à L.. Como já sei do que a casa gasta, encomendei uma outra caixa com motivos de rapaz, para evitar mais um desaguisado nas cortes da minha pequena realeza. Chegada a encomenda, o J. adorou, até porque estava cheio de piratas e até tinha o desenho de um tubarão lá dentro. Guardou-a religiosamente no seu quarto e não deixou ninguém sequer cheirá-la.
Pensando eu que o mais pequeno não apreciava este tipo de objectos, inicialmente não comprei nenhuma para ele. Claro está que a reclamação não tardou e tive que comprar uma outra, que para mal dos meus pecados não era igual à do J., mas igualmente bonita. O G. ficou em delírio, porque a caixa tem a figura dum (c)astelo (o pobre ainda não diz os "c"), com um tesouro no interior. Até sacou ao pobre do avô umas moedinhas para lá guardar.
Resultado, agora são os outros dois que, não desfazendo a caixa que a mãe lhes comprou, o que eles gostavam mesmo era de uma caixa igual à do G., que é um espectáculo e até tem um tesouro. Às tantas até querem com as mossas que aquela já tem depois de dar uns tombinhos pelo chão.....
RRRRR....faço eu para fora....rrrrr......faço eu para dentro e explico que é bom ser diferente, que é bom ter coisas diferentes uns dos outros, porque ficamos mais ricos na diversidade (eu expliquei-lhes um bocadinho melhor) do que no igualitarismo (esta palavra também não usei, claro). "Então não é mais fixe termos 3 coisas diferentes em casa do que 3 exactamente iguais?", remato.
Resposta:.....................(silêncio)........................
Há alguém que os entenda?????

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Os meus medos

Já confessei aqui que sou um bocadinho avessa a animais, daqueles que miam, ladram, piam....rastejam. Bem, destes é que eu me pelo de medo. Não posso ver nada que rasteje ou trepe paredes que me arrepio toda e, dependendo das circunstâncias, me ponho a milhas dali. Pois é nisto das circunstâncias que a coisa muda de figura.
Se o R. está em casa, eu dou-me ao direito de ficar alterada e apelo aflita para a sua intervenção, para que dê fim imediato à criatura que rasteja, ou trepa, ou se mexe, sei lá... Escusado será dizer que ele fica de gozo pegado comigo aí durante umas 2 horas.
Mas quando ele não está, eu tenho mesmo que agir, sem sequer "piar", que eu não corro o risco de educar os meus filhos tão piegas como a mãe (só a L., que já não tem volta a dar).
Aconteceu-me assim uma coisa hoje de manhã, quando uma centopeia atravessava a minha cozinha. Era enorme, quase do meu tamanho..... quer dizer, nem tanto. Assustei-me, ia gritar, não gritei, fechei a boca e apontei-lhe o meu chinelo. Acertei!!! Limpei os seus restos mortais e dei por mim a pensar que se calhar até tenho algumas afinidades com a bicha.....
Que sou eu senão uma autêntica centopeia quando vou a uma sapataria comprar os sapatos, botas e sapatilhas da estação para os meus filhos?!

terça-feira, 15 de maio de 2007

Ele há dias...

...em que de manhã, uma pessoa à tarde não devia sair à noite...
Ontem foi um deles, depois de uma revigorante aula de ginástica, e o quanto que estava a precisar dela, recebo um telefonema da educadora do infantário do G. ...ai, ai, ai...penso logo eu.... que me informa que está tudo bem, mas....mas...mas o menino está no hospital a coser a testa.
Acalma-me dizendo que está tudo bem e que o G. se portou impecavelmente, sem choro nem gritos. Incrédula, lá fui ao local. Sim, incrédula, porque o meu filho é uma autêntico touro nestas situações, daqueles, dos mais possantes.
Da última vez que aquela criança se "partiu", éramos 5 a segurá-lo, tantos quanto o número de pontos que ele levou no queixo. E ainda queriam os médicos que a mãe saísse da sala para não se impressionar. "Não sai não senhor, a mãe fica!", respondo imediatamente. Pois impressionados ficaram eles com a força daquele 10 reis de gente....
Desta vez não foi excepção, e também foram 3 a segurar para lhe dar 3 pontos. E ainda faltava o RX, em que é preciso ficar quieto, imagine-se...
O G., de facto, é o recordista do corte e costura. Depois de partir o pé a um Domingo, em cima da bicicleta do primo, queixou-se na 4ª que não conseguia andar. Corri logo para o
Pediatra (outro dos meus anjos da guarda) que, após o diagnóstico, o engessou por 3 semanas. O gesso, já inicialmente com consistência extra, teve que ser reforçado várias vezes até à sua retirada, pois o menino jogava à bola, andava de bicicleta e, sobretudo, dava pontapés certeiros a quem o contrariasse com o seu novo pé de gesso. Eu acredito que este até lhe fez falta quando foi removido. Resta dizer que ela ainda tinha 2 anos acabadinhos de fazer.
Para acabar o dia ainda melhor, consegui ter um pequeno acidente de viação, "só chapa", como diz o povo, mas que já me deixou K.O. até hoje. E a culpa nem foi minha... O que me valeu foi a presença providencial do meu pai ao local, a que eu apelei desesperadamente, que me deu a calma e segurança que eu estava a precisar. Como é bom ser filha!!!

segunda-feira, 14 de maio de 2007

uma de muitos

Também eu sou uma de muitos, de tantos como os meus.
Tal como a L. também eu sou a filha do meio, a que alguns chamam de "filho sandwich". E tantas vezes me senti assim... por absoluta mimalhice, pois nunca me faltou carinho e atenção.
E foi isso que eu senti ontem, lá em casa, em que reunimos os muitos todos, os meus 3, os 3 do meu irmão, os meus pais, os pais do R., a minha irmã e ainda um amiguinho do J.
Para um simples almoço de Domingo, em "família restrita", já foi um número jeitoso. É a vantagem de sermos efectivamente muitos. O dia não podia deixar de ser animado, até porque as crianças foram nascendo de 2 em 2 anos, pelo que as diversões são muito comuns...e as rivalidades também, mas isto dará para outras escritas....
A dada altura da tarde, em que me sentei por mais de 5 minutos a lanchar, a minha mãe deu pelos muitos dela sentados uns ao lado dos outros, seguidinhos a um canto da mesa. Acho que naquela altura e ainda que por momentos, ela nos viu aos 3 pequeninos, ainda de colo, como se nos pudesse abraçar a todos num só abraço. Ainda apelou para uma máquina fotográfica, mas não foi preciso, porque imagens assim ficam para sempre na memória da mãe.
Que maravilha esta sensação! Isto tem-se revelado uma situação frequente com os trios de irmãos.
A minha mãe também é a mais nova de 3 e, vira e volta, lá estão os 3 manos sentados seguidinhos a um qualquer canto da sala, a trocar conversas que só eles entendem.
Comigo e com os meus irmãos também assim acontece. Ninguém se esforça, ninguém evita, simplesmente acontece!
Com os meus 3 também ocorre um fenómeno semelhante, mas com contornos um pouco diferentes, pois eles até se sentam juntos, no mesmo espaço, próximos uns dos outros.....demasiado próximos, praticamente uns em cima dos outros, praticamente à bofetada, disputando o mesmo lugar.....
Pode ser que lhes passe...aos 18 anos!!!

sábado, 12 de maio de 2007

Audições de música

No final da tarde de ontem houve audições na escola de música onde os mais velhos estudam. Para quem não sabe, são pequenos concertos em que os alunos tocam para os pais e restante público, as músicas que têm estado a estudar nas aulas de instrumento.
Do que eu me lembro dos meus tempos de aluna, são momentos de grande tensão, pelo menos na escola onde estudei, porque tocávamos num palco muito alto e a sala era enorme. Pelo menos era assim que me parecia, que eu sempre fui este micro tamanho de gente....
Quando há audição dos meus filhos, o nervosismo é o mesmo com a diferença que não sou eu que fico corada. Até ao ano passado, a coisa custava menos, porque eles tocavam um
instrumento que eu só sabia arrumar na caixa. Mas este ano, resolveram mudar de ideias, ou melhor, a L. queria acumular os dois instrumentos, o que era coisa a mais para apenas 6 anos de idade e o J. queria fugir, opção que não lhe foi dada, podendo apenas mudar de instrumento . Assim, andam os dois a estudar piano, o que obrigou o orçamento da casa a dispor de verba para uma nova aquisição.
Com outra agravante, estando ambos a estudar o mesmo instrumento, a rivalidade aguçou-se, a "vontade" de estudar acontece SEMPRE à mesma hora e ai do outro que não se engane quando o primeiro já se enganou.
Mas eu confesso que é uma delícia estar em casa nos meus afazeres (correr atrás do G.) e ouvir música que não vem de nenhum aparelho electrónico. Eu que cresci (pouco) a ouvir o piano do meu irmão a tocar escalas às 6h da manhã por cima da minha cabeça. Isto dito assim parece mau, mas eu confesso que tenho muitas saudades desses tempos quando até sabia quase de cor alguns andamentos das músicas que ele estudava, depois de tantas repetições. Agora deu-lhe para andar de batuta na mão....e está a sair-se muito bem
.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

mais uma do G.

O G. é completamente obcecado por bolachas de chocolate, sim, aquelas bem doces, cheias de açúcar que deixam os dentes a "ponto de pedir" uma lavagem extra. Aliás essa tendência abarca a ala masculina cá de casa, já que eu e a L. somos mesmo desconsoladas, gostamos de tudo integral e sem sabor. Insossas as meninas!!!
Então quando o menino visiona um pacote ou uma caixa com os ditos exemplares acha-se no direito de comer todas as existências, até porque se elas existem, é porque são para se comer...
Assim aconteceu ontem, quando lhe limitei o lanche matinal a 4 bolachas de chocolate, iniciou-se a famosa birra, enquanto eu, pacientemente lhe explicava que ele era um menino bonito, e deveria perceber que não se pode comer mais senão faz mal e depois não vai querer comer a sopa, etc e tal... Até que lhe pergunto:
- Tu és bonito ou és teimoso?
- Sou teimoso!

O tempo

Vai alguém perceber este tempo?! Quem consegue acompanhar estas variações climatéricas, que não chegam a durar um dia inteiro.
Um dia a criançada vai vestida até aos dentes e chegam a casa suadas que parece que estiveram na sauna. Não sem um rol de reclamações, porque o meu amigo...estava em t-shirt e o outro até levou calções... A mãe deles é que é fixe, que percebe do tempo e deixa os meninos andar como eles gostam...quase sem roupa.
Mas como é aqui a "je" que tem que ir sempre com a criançada ao Pediatra sempre que os espirros são mais repetidos e a tosse não sossega, não há folga para facilitar, ou não fossem todos asmáticos...
Claro que toda esta preocupação, para além do rol de reclamações do sindicato das crianças da casa, também acaba na perda de alguma da vestimenta que, por estar demasiado quente, fica bem melhor nos cabides da escola. O que vale é que eu sou persistente e resgato todos os exemplares esquecidos.
Mas afinal, eu só estou chateada porque hoje resolvi ser uma mãe fixe, liberei os calções e a t-shirt (não sem o casaquinho da praxe) e veja-se o tempo...está escuro, a ameaçar chover...
Há alguém que explique a estes senhores que nós, mães de sindicalistas, precisamos de alguma estabilidade para fazer respeitar as nossas justificações aos nossos filhos?!

quarta-feira, 9 de maio de 2007

As birras do G.

Este vai ser o separador que mais post vai acumular, certamente, porque o meu filho G. é o REI das birras. Eu confesso que já tenho alguma experiência em birras, dado que nenhum dos meus filhos se pode considerar propriamente um "menino de catálogo". Tantas são as birras e tantas as suas variantes, que, após muitos momentos de desespero, gargalhada e aquecimento corporal naqueles rabos (lá vem a Comissão de Protecção de Menores...) que eu acabei por adoptar a solução mais cómoda, se assim se pode dizer, para mim, que é remeter-me ao silêncio, ignorando as endiabradas criaturas até que a neura lhes passe.
Hoje, no entanto, o caso complicou-se. Lembrou-se o G. de pôr as calças de fato de treino com os bolsos de fora. Eu, qual mãe extremosa, arranjei-lhe a indumentária. Ó diabo que fizeste?! Pois não era assim que o menino queria, era....ainda não consegui perceber como era. A birra começa a aquecer ainda estamos na farmácia. Saio rapidamente, amarro-o à cadeira do carro e rumo ao supermercado na esperança que aquela boca se cale. Sem resultado!! Pois ficamos os dois, na parte de trás do carro à espera que sua excelência sossegasse e pudessemos, finalmente ir comprar os iogurtes que já findaram no frigorífico. Explico, ralho, gesticulo de forma determinada até que, vencida pelo cansaço, volto para lugar da frente e regresso a casa. Se não fosse trágico (acabaram-se mesmo os iogurtes), seria cómico.
E é assim, lá continua ele a berrar, depois de deixar as calças no jardim, afinal o motivo da discórdia, e eu vim para aqui escrever para ver se me acalmo...

O silêncio ruidoso das noites

Há noites aqui em casa em que o silêncio faz um ruído ensurdecedor. São aquelas noites em que, dadas todas as voltas à casa e semi arrumados todos os obstáculos que ficaram pelo caminho, me preparo para mergulhar profundamente no "vale dos lençóis". Às vezes até arrisco ler um bocadinho até à chegada do João Pestana.
Grande erro...e ontem foi uma dessas noites. A L. ameaçou logo ao deitar quando correu para o pai lavada em lágrimas com medo dos pesadelos que poderia vir a ter quando fechasse os olhos e os monstros que a poderiam ir visitar (tantas suposições para aquela hora da noite...!). Pois eu já não estava num daqueles dias em que me armo de lança e espada e ameaço acabar com a vida do monstro que se atrevesse esconder no quarto da minha menina, depois de vasculhar todos os cantos e recantos. Não, eu ontem rematei com um sarcástico: "Não há monstros nenhuns no teu quarto L., vai dormir e DEPRESSA". Claro está que o castigo não tardou e quando eu me preparava para o dito mergulho no sono, começa o choramingar silencioso no quarto ao lado. Lembro-me que saltei da cama aí umas 3 vezes para tentar acalmar a L., com remorsos de não ter exterminado com os monstros que ameaçavam atacar. A L. conseguiu acalmar depois do xixi da praxe e eu pude finalmente deitar-me. Mas aí o sono já tardou a chegar, todos os ruídos, tosses e espirros eram potenciais sinais de evacuação, a que a mãe tem que responder de imediato....Porque é que eles não se habituam a chamar pelo pai....
Até que o J., já a noite ia alta, pergunta "posso ir para aí?". O "aí" era mesmo a minha cama e sendo que o pai dá dois de mim e o J. já está quase do meu tamanho, está-se mesmo a ver como eu fiquei feliz com aquele pedido. E porque eu também sou uma mimalha, resmunguei qualquer coisa e lá me afastei para o limite de segurança da minha cama para o deixar dormir connosco. Escuso dizer que nenhum dos ruídos, tosses e espirros do resto da noite me escapou...

terça-feira, 8 de maio de 2007

Afinal é gata

Pronto, já está, é uma gata. Bastou uma análise mais atenta da minha mãe que, com a sua longa experiência com a criação de coelhos, descobriu o sexo à bicha: "é uma gata concerteza, porque não se vê nada de fora..."
Até já tem nome: Kika, nas palavras do mais novo, "hiha", uma vez que ele tem um pequeno problema com os "c".
O.K., admito que foi mais uma tentativa de a criança desbloquear aquela língua. Falta saber se os irmãos aprovam...

segunda-feira, 7 de maio de 2007

O gato (a)

Isto está a correr mesmo bem, já consigo escrever no dia seguinte... Começo a acreditar que isto pode mesmo resultar, mesmo depois de estar 10 minutos à procura do acesso para a criação de um novo post.
Mas não podia deixar de fazer aqui o meu desabafo, até porque nas redondezas ninguém me compreende. Acontece que a minha querida irmã, que acaba por ser uma dos muitos, pois é mais nova que eu 8 anos e quando nasceu alguém caiu na asneira de dizer que eu era a sua segunda mãe, o que eu levei francamente a sério, e no pior sentido da palavra, qual irmã mais velha cruel....bom eu ía a dizer que a minha irmã arranjou um diabo dum felino, que não mede mais do que 15 cm de comprimento (e quando se espreguiça), que, depois de ter escapado a um trájico atropelamento, recolheu do meio da rua e, claro está, trouxe-o para casa. Sendo que a dita menina casa daqui a um mês, imaginem onde vai ficar o gato...na casa da minha mãe que (graças a Deus, na maioria das situações) fica a escassos metros da minha e nem tem muro a dividir-nos.
Isto só podia dar num coro de 3, digo, 2 vozes masculinas a clamar à mãe para deixar entrar o gato(a). Sim, porque há uma aliada cá em casa contra o alojamento do animal, que é a minha rica filha, não por fobia como a mãe, mas por puro medo da criatura. Pronto, já perdi audiência, já desligaram o computador, mas eu queria explicar que já adorei gatos, já cuidei de vários de diversas espécies e até já chorei desalmadamente perante o triste fim da Isolda. O problema foi exactamente esse, foram muitos e todos com um fim demasiado trágico, o que me fez pensar que se calhar o problema era meu... Não sei, ganhei-lhes peteira e digo diariamente aos meus filhos que animais em casa, só de peluche e mesmo assim, poucos, porque um deles é alérgico aos ácaros. Os peixes também não têm grande história nesta casa. Já se está mesmo a ver que com a menina a casar e a debandar-se para um apartamento, para onde é que vai cair o bichano??? A minha mãe ãté tem boa vontade e nunca me manifestou a intenção de empurrar o bicho, mas tenho a certeza que a criançada me vai vencer pelo cansaço.
Bem, para já, não os deixo ler este post...já é um começo.
Ah, é verdade, o parentesis deve-se ao facto de a minha irmã ainda não ter descoberto o sexo do animal e eu é que também não vou tentar saber..

domingo, 6 de maio de 2007

Dia da mãe

Quando já é quase o dia seguinte, ainda vou a tempo de começar este espaço de partilha de emoções e de experiências no dia que justifica estes meus desabafos. Que dia melhor para a primeira página de uma mãe se não o próprio dia das mães.
O nome que identifica este espaço foi dado por uma das filhas de uma grande amiga minha que, sem saber qual era a Isabel que ocupava a sua mãe ao telefone, perguntou se era "a mãe dos muitos".
E eles afinal não são assim tantos, apenas três, mas que já dão direito a titular esta família como uma família numerosa.
E, de facto, há horas do dia em que eles são tantos....parece que se multiplicam por cada membro que os compõe(superiores e inferiores), sobretudo quando eles se cruzam ferozmente entre si.... Só para dar um exemplo, quando é dia de cortar unhas, sem contar com as minhas nem com as do pai, que vai dando conta do recado sozinho, são logo 60 para aparar.
Com este cenário, até parece inconsciência criar um blogue quando há tanta coisa em casa por fazer...mas a ideia é mesmo essa, até porque as outras tarefas, por não se acabarem sozinhos, acabam sempre por esperar por mim. Mas as memórias dos momentos extraordinários que vivo com os meus filhos, vão-se apagando com o tempo e isto dos albuns escritos à mão já não é para a geração destes meninos. Assim, espero que os meus filhos se riam um dia com o que a mãe se foi lembrando e registando do seu precioso dia a dia, aqui partilhados quando eles já estão na sagrada hora do sono. E que lindos que eles são de olhinhos fechados e deitados no quentinho da sua (ou da minha) cama...
A criação deste espaço neste dia especial foi de facto importante para mim, ainda mais porque hoje até consegui estar com os meninos mais tempo que o costume, pude-me sentar um bom tempo a dedicar-me ao meu hobby preferido, que é tudo o que mexe com linhas, panos e agulhas, passei o dia com outra das pessoas mais importantes da minha vida aliás o meu anjo da guarda, que é a minha mãe e até consegui estar a escrever este post com os meus filhos acordados. É o verdadeiro milagre do dia da mãe...
Um beijo de parabéns a todas as mães de muitos, de poucos ou de nenhuns mas que, como nós, são mães do coração.