domingo, 28 de outubro de 2007

working


Não por falta de inspiração, nem de ocasião, se justificam as minhas ausências neste espaço com histórias novas dos meus muitos. Umas boas, outras engraçadas, outras bem ensarilhadas, com ralhetes e duros castigos à mistura. Mas também não me apetece pensar nisso porque hoje correu mal, ... mas já passou.

A verdade é que a falta de trabalho de há uns tempos atrás, levou-me à procura de uma solução que me impedisse de cair num estado a que me recusava a ceder.
Encontrei-a e "curei-me" com mais trabalho, muito trabalho...demasiado trabalho, e isso tem-me tirado tempo que devia ser deles.

Ando à volta das linhas, das agulhas, de referências, de fornecedores, facturas e outras papeladas menos divertidas, mas necessárias.

Para outro dos meus empregos, faço algum trabalho de casa e tenho sempre muitas dúvidas, até porque sou mais técnica que criativa, mais perfeccionista que intuitiva. E sempre que me surge um problema novo, um ponto que nunca executei ou uma técnica que nunca experimentei, lá vou cheirar aos livros, espreitar nos sites e, obviamente, pedir ajuda à minha artista de eleição.



Mais coca bichinhos do que eu, a minha mãe vira, revira, faz e desfaz até encontrar a solução, até descobrir o segredo.
Estes dias temos passado umas horas nestes preparos, que me lembram outros tempos de infância em que passávamos o serão com as minhas primas e a minha madrinha a cortar e a coser roupas, a crochetar colchas ou a tricotar camisolas. Ninguém percebia como é que isso nos divertia, mas ainda hoje me dá imenso gozo estar um par de horas com a minha mãe a descobrir como é que aquilo foi feito, nem que seja preciso tirar a amostra do álbum que ela fez na Escola de Formação Feminina. É lindo, rico e está tão perfeitinho, que não admira que lhe tenha dado a nota máxima no final do curso. Agora já é meu por afeição e por usucapião...




Mas para que não se pense que eu me desliguei das voltinhas dos meu filhos, uma das razões que me deixou mais agarrada a este teclado e menos abraçada a eles na hora de dormir, foi o esforço que eu e todos os pais da sua escola fizeram para salvaguardar o seu direito a ser crianças durante mais tempo, e que lhes fosse reconhecido o direito de não usufruírem de um benefício que alegadamente é facultativo, permitindo que cada um faça as suas escolhas.
Naturalmente que me refiro às actividades de enriquecimento curricular que se pretendiam intercaladas (chamam-lhe flexibilizadas) com as actividades curriculares (e não após o seu termo) e que os prendiam à escola para além do desejável.
Mas isso são outros quinhentos e com o alívio que agora sinto com a justa solução encontrada, também não me apetece falar disso.

Vou ali para o sofá continuar o meu trabalho de casa!

2 comentários:

Luísa Silva disse...

Working hard. Mas com bons resultados pelos vistos e muita canseira também. Um abraço.

Rita Quintela disse...

Como te entendo (em quase tudo) . Especialmente nessa coisa das actividades de enriquecimento curricular...