terça-feira, 30 de outubro de 2007

viagem medieval



Fui aos rascunhos deste blog e encontrei um tema de que não cheguei a escrever: a visita à Viagem Medieval, em Santa Maria da Feira, nas férias de Verão deste ano.
Se calhar lembrei-me disto agora porque o sol de Verão se decidiu a ir embora e o frio chegou para ficar.
Estava prometida a história, não estava esquecida, mas está manifestamente atrasada.
Pois todos os anos lá vamos nós fazer a viagem medieval, com (quase) tudo a que temos direito: jogos, espadas, desfiles, sandes de carne de porco, bebida em jarro de barro, muito pó, muita confusão e, é claro, muita animação.
É extraordinária a forma como este evento tem vindo a ser organizado, com cenários e figurantes vestidos a rigor, cenas dramatizadas no meio da rua e numa envolvente geográfica única, com um castelo no alto e um rio a dividir o terreiro. O espírito da época está de tal modo enraizado no ambiente ao redor que nós é que nos sentimos desfazados de calças de ganga e sapatilhas.
Costumamos ir lá pela tarde, para que os meninos possam brincar e participar nos jogos organizados para o efeito e eles topam a tudo. A mim, deixam-me sossegada a segurar nos sacos e nos casacos, de máquina fotográfica em punho a registar o acontecimento. Felizmente para eles, o pai é mais dado à brincadeira e é ele que os puxa para jogarem em todas as "tasquinhas".
Todos os anos saimos de lá com uma espada e este ano até com escudo, o que me causa muitas arrelias nos dias seguintes em casa.
Também quem me manda cair sempre no mesmo erro. Enfiava-lhes um naco de fogaça na boca e estava feito, mas tenho a mania que sou "fixe"!!!
Com o avô por perto, então é impossível, porque ele satisfaz os pedidos da criançada sem qualquer negociação.
Este ano ainda assistimos ao desfile, que muito os impressionou, com "aqueles homens a deitar fogo pela boca" e os mochos que desfilavam ao ombro do tratador (já com a L. agarrada ao meu pescoço).
Pela primeira vez, assistimos às Justas Medievais, que encenam uma luta entre dois guerreiros a cavalo, cada um com as suas armas.
Sentamos-nos do lado dos vermelhos, que puxavam pelo seu guerreiro, contra os azuis, na bancada oposta.
Ao longo de toda a luta o vermelho saiu vencedor e exibiu um carisma arrogante e de desprezo perante o seu adversário, recorrendo mesmo à batota para não se ver vencido. Os miúdos estavam ao rubro, com a iminente vitória que se antevia. Contudo, numa viragem final, o azul ganhou e de forma justa e ordeira.
Foi aplaudido por todos, ou por quase todos...porque as crianças da equipa dos vermelhos, a que não escaparam os meus filhos, saiu frustrada com tão humilhante derrota.
Ainda me dei ao trabalho de explicar que não é pela batota que se ganha, mas pelo esforço, desempenho e perícia e nisso o azul foi superior.
Não entenderam!
Arrisquei-me dizendo que o vermelho mereceu bem a derrota, porque foi batoteiro e isso não é jogo...
-E....???? Nós queríamos é que ele ganhasse! Amanhã vimos cá outra vez e sentamos-nos do outro lado!
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Não fomos, obviamente, mas ficou muita coisa por esclarecer naquelas cabecinhas.

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